top of page
Buscar

Empresas Familiares e sua importância no atual cenário econômico




















Não é difícil encontrar pessoas que ainda fazem cara feia, que torcem o nariz ou que têm uma imagem negativa das empresas familiares. No entanto, esse preconceito é equivocado e merece destaque em relação à sua importância no cenário econômico.


Os autores especialistas no assunto, costumam perguntar aos acadêmicos que participam de suas palestras e cursos, quais teriam intenção de trabalhar em uma empresa familiar e são poucos os que se dizem dispostos a desenvolver uma carreira neste tipo de organização.

E, instigados os estudantes indicam diferentes empresas nas quais prefeririam trabalhar como Walmart, Cargill, Ford, LG, Santander, Fiat, Bic, L’Oréal, Lego, Henkel, Bosch, Porsche, BMW, GAP, Michellin, Motorola, Bombardier, dentre outras.


No entanto, poucos desses estudantes sabem que as organizações acima mencionadas são empresas familiares, porém, como as famílias controladoras não são brasileiras, raramente são conhecidas pela maioria dos universitários!


Surge então a pergunta: O que é define uma empresa familiar? E a resposta é bastante simples: o que caracteriza uma empresa familiar é o fato de uma ou poucas famílias concentrarem o poder de decisão e o controle da sociedade. Portanto, independente do porte, da localização, do setor de atuação, de ter ações negociadas em Bolsa ou de outros fatores relacionados com a operacionalização do negócio para uma empresa poder ser considerada familiar, basta que o poder de decisão e o controle da sociedade estejam concentrados em uma ou poucas famílias.


Fica mais fácil identificar uma empresa familiar quando a família controladora é conhecida e, neste sentido, não faltam exemplos de sociedades familiares de sucesso no Brasil, como Votorantim, Itaú, Gol, Globo, Tramontina, Natura e muitas outras.


Essas organizações, por si só, comprovam a importância das empresas familiares, que, segundo indicadores não muito precisos, representam entre 65% a 80% de todos os negócios mundiais.


Algumas pesquisas realizadas pelo FBN (Family Business Network) demonstrou a predominância dessas organizações em diversos países da Europa: Na Espanha, 85% das empresas são familiares; a França possui 83% dos negócios como familiares; na Alemanha o percentual fica em 79%; na Itália são 73% das empresas consideradas como familiares; e na Finlândia, o percentual sobe para 91%.


No Brasil não existem informações precisas, mas levantamentos indicam que entre 60% a 90% de todas as organizações brasileiras são empresa familiares.


Além de representar a maioria das organizações no Brasil e no Mundo, as empresas familiares também costumam apresentar melhores resultados econômicos, especialmente quando comparadas com outras organizações.


Há alguns anos, o IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativo-, fez uma análise de quinze empresas familiares de capital aberto e as comparou com a mediana da Bovespa; o resultado foi que esse grupo de empresas familiares mostrou ser, em média, maiores, mais valiosas, com maiores múltiplos de mercado, mais rentáveis operacionalmente, mais líquidas, pagadoras de maiores dividendos e mais solventes no curto prazo do que a mediana de todas as empresas listadas na Bovespa.


Para reforçar a relevância dessas organizações, algumas pesquisas demonstraram que as empresas familiares foram as primeiras a superar as últimas crises mundiais. Isto se deve ao fato deste tipo de negócio possuir maior agilidade na tomada de decisão e uma visão de mais longo prazo.


Pesquisa feita pela revista Business Family listou as 100 maiores companhias; conheça as 10 primeiras colocadas no ranking (juntas, elas movimentam US$ 1 trilhão por ano). Nos Estados Unidos levantamento apontou que as empresas familiares são responsáveis por empregar 62% de toda a mão-de-obra, além de responder por 64% de todo o PIB daquele país.


Portanto, da próxima vez que alguém fizer cara feia, torcer o nariz ou fizer algum comentário pejorativo sobre empresa familiar, lembre-se da importância dessas organizações no Brasil e no mundo.


Sobre os autores:

* Rose Giacomin - advogada, escritora, professora e consultora empresarial. Autora de diversos artigos e livros. Como função social da carreira colabora como: «membro da Asociación Argentina de Justicia Constitucional; «membro do Instituto de Estudios Politicos y del Estado; « Editor-chefe da Revista da Academia Brasileira de Direito Civil; « Membro do comitê avaliativo da Revista Síntese em Direito Empresarial da IOB e « Membro do Conselho Empresarial de Educação da ACMINAS. E-mail: diretorjuridico@rosegiacomin.com.br


* Pedro Podboi Adachi, especialista em empresas familiares, é sócio diretor da Societàs Consultoria e atua como consultor de empresas, com ênfase em planejamento sucessório, governança corporativa e governança familiar. Atua como professor universitário em diversas instituições de ensino, como o Núcleo Family Business da ESPM, Ibmec, EBS Business School (Ibmec-PR), USP (Fundace, FEA-RP e FDRP), dentre outras, além de ser autor de diversos artigos, pesquisas e livro sobre o tema. Associado a diversas entidades, como o FBN-Brasil (Family Business Network), o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e outras.

10 visualizações0 comentário
bottom of page